domingo, 16 de agosto de 2009

O Amor que não se vê


" Amar ao próximo como amamos a nós mesmos significaria então respeitar a singularidade de cada um..o valor de nossas diferenças, que enriquecem o mundo que habitamos em conjunto e assim o tornam um lugar mais fascinante e agradável, aumentando a cornucópia de suas promessas"

Zygmunt Bauman


Há um tempo atrás conversando com um amigo, em meio a gargalhadas e brincadeiras, fui apresentada á uma figura exuberante: Zygmunt Bauman. Naquela época, eu estava muito comprometida em fazer algo que marcasse para sempre as vidas das pessoas que me cercavam, por isso eu ia ao encontro das mesmas sempre. Lembro-me que não foi fácil, pelo contrário, era muito difícil fazer com que alguns jovens, crianças e adultos, me oferecesse cinco minutos do seu tempo para eu apresentar e mostrar o meu produto. Esse produto não era tão simples de ser consumido. Era ofertado gratuitamente e não havia promessa de dívida porém, o consumidor que o queria tinha de se comprometer com Ele, isto é,com Deus.

Quando Jesus escolheu os seus apóstolos, Ele não queria os seres mais perfeitos daquele tempo, pelo contrário, Ele queria os que amavam por primeiro. E com o passar dos séculos, Ele ainda continuou a escolher os mesmos tipos de apóstolos, claro que muito mais modernos. Ele ensinou que para poder se comprometer com o outro, deve existir antes de mais nada o Amor, e foi esse o exemplo que Ele deixou para toda humanidade, o "Amar" antes de tudo.

Jesus amou muito, em todos os momentos e nunca pediu nada em troca. Aliás, ele fez um pedido sim: " Pai, que todos sejam um". E foi por esse pedido que naqueles anos dourados, eu me comprometi em fazer com que os outros soubessem desse almejo tão especial do filho de Deus. Achei que era fácil. Eu dizia: "Ok, agora é só participar dos encontros, congressos, conviver com as pessoas que acreditavam também que isso seria possível e pronto, tá feito!"


"Amarás a Deus e ao teu próximo, assim como amas a ti mesmo."

Jesus Cristo.



Se fosse fácil, o mundo não estaria como se encontra hoje. A engenuidade e o não conhecimento do verdadeiro pedido, caiu como uma armadilha pra mim. Eu apenas esqueci de uma coisa: para amar e dar a vida por alguém, eu devo me amar por primeiro pois somos imagem e semelhança de Deus. Quando me dei por conta disso, era tarde demais e a fuga foi inevitável.

Ao ser apresentada há Bauman, um sociólogo modernista que a princípio não acreditava em Deus, vi que o amor está em todas as relações, sejam elas cristãs ou não. Percebi que o Amor de Deus já nasce em nós e cabe a nossa própria perseverança conviver e passar esse Amor aos outros.

Aquele balde de água fria, me fez calar perante muitas coisas durante muito tempo. Tentei me redimir com Ele começando do zero todo dia, seja aonde e com que for.É muito difícil, e muitas vezes sinto vontade de desistir porém, é nesse momento que lembro da perseverar. Erro muito, mas sei que acerto mais do que meus erros, e isso com certeza quer dizer alguma coisa. Tenho que aprender muito e muito mais, mas estarei pornta sempre.

O Amor que não se vê, que não se toca, eleva todas as ações e todos os sentimentos para que um dia chegaremos a tão desejada perfeição.



"Eu estarei com vocês até o fim dos tempos."