domingo, 16 de agosto de 2009

O Amor que não se vê


" Amar ao próximo como amamos a nós mesmos significaria então respeitar a singularidade de cada um..o valor de nossas diferenças, que enriquecem o mundo que habitamos em conjunto e assim o tornam um lugar mais fascinante e agradável, aumentando a cornucópia de suas promessas"

Zygmunt Bauman


Há um tempo atrás conversando com um amigo, em meio a gargalhadas e brincadeiras, fui apresentada á uma figura exuberante: Zygmunt Bauman. Naquela época, eu estava muito comprometida em fazer algo que marcasse para sempre as vidas das pessoas que me cercavam, por isso eu ia ao encontro das mesmas sempre. Lembro-me que não foi fácil, pelo contrário, era muito difícil fazer com que alguns jovens, crianças e adultos, me oferecesse cinco minutos do seu tempo para eu apresentar e mostrar o meu produto. Esse produto não era tão simples de ser consumido. Era ofertado gratuitamente e não havia promessa de dívida porém, o consumidor que o queria tinha de se comprometer com Ele, isto é,com Deus.

Quando Jesus escolheu os seus apóstolos, Ele não queria os seres mais perfeitos daquele tempo, pelo contrário, Ele queria os que amavam por primeiro. E com o passar dos séculos, Ele ainda continuou a escolher os mesmos tipos de apóstolos, claro que muito mais modernos. Ele ensinou que para poder se comprometer com o outro, deve existir antes de mais nada o Amor, e foi esse o exemplo que Ele deixou para toda humanidade, o "Amar" antes de tudo.

Jesus amou muito, em todos os momentos e nunca pediu nada em troca. Aliás, ele fez um pedido sim: " Pai, que todos sejam um". E foi por esse pedido que naqueles anos dourados, eu me comprometi em fazer com que os outros soubessem desse almejo tão especial do filho de Deus. Achei que era fácil. Eu dizia: "Ok, agora é só participar dos encontros, congressos, conviver com as pessoas que acreditavam também que isso seria possível e pronto, tá feito!"


"Amarás a Deus e ao teu próximo, assim como amas a ti mesmo."

Jesus Cristo.



Se fosse fácil, o mundo não estaria como se encontra hoje. A engenuidade e o não conhecimento do verdadeiro pedido, caiu como uma armadilha pra mim. Eu apenas esqueci de uma coisa: para amar e dar a vida por alguém, eu devo me amar por primeiro pois somos imagem e semelhança de Deus. Quando me dei por conta disso, era tarde demais e a fuga foi inevitável.

Ao ser apresentada há Bauman, um sociólogo modernista que a princípio não acreditava em Deus, vi que o amor está em todas as relações, sejam elas cristãs ou não. Percebi que o Amor de Deus já nasce em nós e cabe a nossa própria perseverança conviver e passar esse Amor aos outros.

Aquele balde de água fria, me fez calar perante muitas coisas durante muito tempo. Tentei me redimir com Ele começando do zero todo dia, seja aonde e com que for.É muito difícil, e muitas vezes sinto vontade de desistir porém, é nesse momento que lembro da perseverar. Erro muito, mas sei que acerto mais do que meus erros, e isso com certeza quer dizer alguma coisa. Tenho que aprender muito e muito mais, mas estarei pornta sempre.

O Amor que não se vê, que não se toca, eleva todas as ações e todos os sentimentos para que um dia chegaremos a tão desejada perfeição.



"Eu estarei com vocês até o fim dos tempos."

sábado, 27 de junho de 2009

Quando o fim chegar...


Noite passada tive três sonhos, e novamente dois sentimentos ressurgiram em minha alma como uma explosão imensa de sensações que eu achava não sentí-las tão cedo. Digo, pois há algum tempo atrás, esses sentimentos me atormentavam feito música ruim em minha cabeça. Passou o tempo,e eu supostamente acreditei fielmente em minha armadura, em minha imunidade para detê-los. Mas eles retornaram. E dessa vez, chegaram sem avisar.

Fiquei inquieta, triste e sem direção. Quando fechei os olhos para penetrar em meus sonhos, lá estavam eles: vivos e com mais energia. O resultado foi uma noite estranha, cansativa e longa. O medo e a insegurança estavam de volta. Eu os temia apenas em citar seus nomes, mas hoje acredito que tenho de enfrentá-los. Como? não sei...Porém, terei de encontrar alguma maneira.Mas dessa vez, outra indagação surge: A culpa é minha?

Sempre fui de me dedicar demais aos meus deveres e de exigir demais daqueles que me cercam, e para isso eu criara personagens. Personagens que eram perfeitos...Dessa última vez brinquei de ser eu mesma, mesmo quando estivesse perto do fim. Só que eu não sabia que agora já seria o fim. Uma brincadeira do destino ou simplesmente fantasiei histórias reais? Alguém pode me responder?

Como é ruim sentir-se num jogo de quebra-cabeças, sabendo que é outra pessoa que está dando vida ao teu jogo, e não tu... Como é ruim sentir-se nas mãos de alguém que apenas queria brincar, mas não ti avisou no início do jogo. As regras foram ditas, mas quem não segui-las perde e cai fora.

Minha única chance agora é esperar. Esperar dar o fim nesse jogo ou reiniciá-lo...

Minha única esperança é ouvir a verdade...

Mas será que me dirão a verdade?


Cheers...


quarta-feira, 13 de maio de 2009

Gripe Suína


Bom, infelizmente hoje terei de opinar sobre o tal: Influenza A subtipo H1N1. Trágico? Não...chato! Por que? Oras...só pra começar: serei apenas mais uma de tantas e tantas opiniões que circulam internet a fora. Serei mais uma ( pelo que andei lendo em alguns blogs) que não AGUENTA MAIS ouvir falar em máscaras, febres, porcos, México e etc. Aliás, pobres dos porquinhos. Pobres das pessoas que dependem deles para sobreviver e pobre dos nossos ouvidos que não suportam mais os âncoras dos jornais citarem alguma palavra sobre a tal doença. Desleixo meu não me importa com a "tal doença"? Não, mas convenhamos. As pessoas usam a palavra "pandemia" ao invés de uma possível ocorrência desse fato.


Os órgãos responsáveis pelos cuidados de não ocorrer nem o risco em si, já estão tomando ( ou já tomaram) várias providências. As cidades portuárias e aeroportos internacionais , estão encima de toda e qualquer suspeita. Então, qual o balangandã do fuzuê todo? Vocês já pararam pra pensar que a fome no Brasil e no mundo mata muito mais do que doenças? Que a falta do ter o que comer todo dia é uma pandemia mundial? Então minha gente, wake up!!!


Enquanto a mídia só ressalta a tal gripe, nunca mais ouvimos falar dos escândalos das passagens aéreas do senado. Nunca mais ouvimos falar de Daniel Dantas,CPI, dos desvios de verbas do Bolsa Família.Prestem muita atenção no que vocês estão vendo e ouvindo. Afinal, não somos idiotas.


E nunca esqueçam: Deus nos deu dois ouvidos e uma boca. Isso já basta, né verdade?


Cheers...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Quimera


Nessa semana me pequei em fantasias...Fantasias de amor, fantasias de morte, fantasias de momentos que nunca existirão. E a sensação do existir desses pensamentos tornaram-se tão fortes que quase não consegui me desapegar dos mesmos. Haja imaginação!!


Tive medo dos meus pensamentos durante um breve momento de deslucidez e, ao retornar para o mundo real, vi o quanto somos utópicos. O mundo não seria "mundo" se não fossem as utopias. A vida não seria tão espetacular se os sonhos desaparecem por um minuto que seja. Imagina se isso acontecesse? Viver seria um caos...


Quando retornei a minha humilde lucidez, me senti uma Quimera:cabeça de leão, corpo de cabra e rabo de serpente. E percebi que viver somente num mundo de fantasias com certeza não era nada saudável (risos). Mas qual o limite tênue entre sonho e realidade? vontade e realização? É importante ir atrás dos seus sonhos,mas não posso ter um Mustang e mudar-me para Majorca. Fiquei pensando:" até quando poderei realizar meus sonhos? ou ainda, será que sempre sonharei?"


Ao mesmo tempo que não quero deixar de sonhar, não quero viver deles para sempre...dá medo.Porém, se algum dia eu tiver que optar por um deles com certeza já tenho minha resposta. Mas convenhamos, é impossível deixar de sonhar.


Seaa ;)

terça-feira, 28 de abril de 2009

O que é essencial para se viver?



" O essencial é invisível aos olhos.."já dizia Antonie de Saint-Exupéry. E acredito que ele tenha se inspirado perante as atrocidades vistas á olhos nus.Lamentavelmente...

Hoje conheci um bravo homem, e ele confessou em ter apertado as mãos do diabo. Chocante.Esse homem precisou estar no inferno para perceber que a humanidade faz pouco pela vida, pouco pelo seu povo, e que ele fazia pouco para si mesmo. E se deu de conta na hora errada, o que poderia ter feito quando a oportunidade havia passado em sua frente.

Vi que esse homem também esteve de mãos atadas o tempo inteiro. Se sentia amarrado, insatisfeito, desanconchegado. Ele não sabia que um simples desejo se tornaria um dos maiores genocídios já mais visto pela terra, pelos homens.A essência da vida, já não existia mais naquela nação, e a daquele homem, desapareceu quando sua resposta foi um simples sim.


É assim que acontece quando rejeitamos os verdadeiros aceites, as verdadeiras palavras. Jogamos fora o essencial, e colacamos pra dentro o que pesa menos ou talvez o que importe menos. Mas é inevitável, não conseguimos perceber no momento.

Falha? Talvez.Mas somos tentados 24 horas por dia.Seja pela televisão, internet, revistas, emails... O essencial tornou-se superficial.

Superficial no dia-dia, no trabalho, em casa, com amigos e em qualquer tipo de relação. Até a relação entre países, atualmente, está cada vez mais superficial.

Na realidade, aquele homem conseguiu achar no meio de tanta ignorância e hipocrisia um pingo de essencialidade, e a transformou em um dos maiores trabalhos de reconstrução social já mais visto, já mais falado...

Em seu depoimento, frisou o sgnificado daquele aperto de mão. Frisou a mudança que fez consigo mesmo ao encarar o mal, e assim fazer do bem um trabalho muito mais forte e de muita compaixão humanitária.

Ele achou a sua essência...

Nós achamos a nossa?...

Eu achei a minha? Não sei...agora é só aguardar.


Seaa...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

E tudo cai...


"A andorinha partiu.

O Sol mais cedo se deitou.

A chuva miudinha caiu,

Então o Outono chegou..."


Adoro todas as estações do ano. Não sou daquele tipo de pessoa que se "altera" com a chegada de alguma estação. Porém, tenho as minhas preferidas e o outono é uma delas. É nessa estação que percebemos ainda mais a lei da gravidade. As frutas caem, as folhas caem, os cabelos caem, os modelitos de verão caem, e as roupas das tedências passadas também caem.É hora de começar a baixar as roupas mais quentinhas do alto do guarda-roupa e recolher as sandálias mais afrescalhadas. É hora também de dar aquela geral na pele e cabelo, e comer muita bergamota e pocã. Aliás, adoro bergamotas!!!

É chegado também aquele momento de refletir um pouco sobre o início do ano. Os acontecimentos da estação do calor serão lembrados e muitas vezes, faremos de tudo para esquecer alguns deles.As alegrias, as tristezas, as farras, as indiadas...todas farão parte de um passado que está cada vez mais presente. Pois o tempo passa e passa cada vez mais rápido.

Temos a sensação de que o ano começou, quando a paisagem muda completamente pela manhã. As folhas já não estão mais verdes, os pássaros estão mais escondidos e o cheiro do orvalho se fixa muito mais.

"...A videira triste está a chorar,

Ela sem uvas ficou.

Cheira a vinho novo no lagar,

Então o Outono chegou..."


O outono dá aquela sensação de nostalgia. Sensação de que tudo passou e ao mesmo tempo, de que tudo recomeça...
É no outono que a saudade aperta. Saudades dos amigos, dos domingos de praia regado a cerveja gelada, do sorvete com calda quente e do chimarrão no fm de tarde.E claro, saudades de um amor perdido ou encontrado.

As águas de março já fecharam o verão, e as promessas continuam ainda mais vividas, mais presentes. Promessas de uma dieta, de estudar mais, de dar uma geral na casa, no guarda-roupa, no coração...


"...As temperaturas desceram.

O vento assobiou.

As aulas já começaram,

Então o Outono chegou..."


Promessas que ficarão aconchegadas na memória, pois a correria do dia-dia não deixa que relembremo-as seguidamente. Promessas de rezar para assim ter um ano tranquilo e sadio. Promessas de agradecer sempre.Promessas de ajudar mais, ao invés de ficarmos em si com nossas esquisitisses modernas... E rezar ainda mais, para que nossas promessas , ao chegar no final, estejão cumpridas e nós satisfeitos.


"...Os lagartos hibernaram.

A árvore despida ficou

.As folhas soltas dançaram,

Então o Outono chegou."

No final, outono não dura para sempre.Mas esses meses serão como sinos em dias de festa. Boa música para os nossos ouvidos, com aroma e gosto de bergamota.

Aliás, adoro bergamotas!!!!

sexta-feira, 27 de março de 2009

No preto ou no branco...


Sempre acreditei que a vida possuía duas cores. Que o homem poderia ter duas faces...Que somos bivalentes...Que possuímos o bem e o mal.


Sempre acreditei e acreditarei eternamente no bem. Mas muitas vezes, me fez pensar o porque da ligação entre o bem e uma vida certinha, perfeita.


Quando éramos crianças, o almejo de construir uma vida imortalizada, cabia nas nossas brincadeiras nos papéis rabiscados durante a hora do recreio. E por mais sonhadoras que éramos, nós sabiámos que no fundo não seria assim.


Para se ter um futuro pereeito, o correto seria:


Depois de sair da escola, aos 18 anos entraríamos na faculdade e durante aquele período de quatro, cinco ou seis anos, o cupido nos flecharia. O tal sortudo seria um possível advogado. Alto, inteligente e charmoso. Nos levaria para conhecer belas praias e lindas montanhas. Aos vinte e cinco, era chegada a tão sonhada hora: o casório. E perto dos trinta, uma bela criança seria encomendada pela cegonha, e no final,ahhh o final...seríamos felizes para sempre.


Posso dizer, que daquele grupo de gurias sonhadoras, ninguém seguiu a receita do bolo. Naquela época, o certo era viver no preto ou no branco. Na felicidade ou na infelicidade.


Nunca havia pensado, que por mais que houvesse tentado viver entre o preto e o branco, e por muitas e muitas vezes ter batalhado intensamente a viver no branco, naquela vida certinha. Percebi, que a para se ter felicidade o correto foi ter vivido no cinza...


Conheci muita gente que possui essa vida certinha, e a desperdiça na primeira oportunidade de viver incorretamente. Como? Magoando, mentindo, subornando, persuadindo... Isso sim é viver no preto e branco. Isso sim é ser do bem e do mal.


Compreedi que vivendo no cinza, não é necessário criar expectativas de si próprio, não é necessário se cobrar. Basta perceber o erro, perdoar, ser perdoado e dedicado. Percebi que por muitas vezes vivi no preto e no branco,e em muitos momentos fui infeliz.Mais infeliz do que feliz. Infelizmente.


Despertei que para viver no cinza, precisava ser apenas eu. Sem ser egocêntrica, mas qual a vantagem de tirar vantagem de momentos que não são seus?? Desculpe a ambiguidade, mas é verdade.


Não quero ter uma vida tipo conto de fadas, e jogar no lixo na primeira oportunidade atrativa e conveniente que me caber. Por que, é assim que os certinhos se sentem. Eles já tem tudo. E vivem se perguntando se é isso que querem levar da vida. Mas quando se dão por conta, desperdiçaram tudo por apenas um minuto de saciedade.


Estou curtindo essa onda do cinza. E pelo que vi nas tedências de outono-inverno, ele estará com tudo nas passarelas do dia a dia.




Seaa...

sexta-feira, 20 de março de 2009

I'm...


No espelho da vida, várias foram as faces de personagens apresentados há humanidade. O tempo como não perdoa, mostra o verdadeiro "ator principal" e não é bonzinho com a mentira de vários atores coadjuvantes que circulam por aí.Pelo contrário. Ele adota a verdade e a cuida como se fosse sua única filha E qual é a verdade? ou melhor, qual a relação da verdade e tempo. Se é que existe relação? Sim, ela existe.

Aquela infância feliz e agradável,mostrava a delícia de ser criança com direito a balas de goma e brigadeiros gordinhos. Mas como uma boa criança, a vontade de crescer aguçava mais a curiosidade, e aquele desejo de ser adulto começou a crescer e criar forças a cada dia, de a inverno a verão.

Pobre criança. Aliás, pobre verdade....

Naquele mundo que parecia ser de mentirinha, perfeição e verdade eram atores principais típica de uma festa de fim de ano escolar. Sabe como é? Todo muno feliz, todo mundo filmando, todo mundo retratando aqueles inesquecíveis momentos que tornariam-se imortalizados um dia. E esse dia chegou.Foi quando a criança se deu de conta que já era adulto, mas não era tão divertido assim, como era antes.

Olha o tempo mostrando a verdade...

O adulto cansou de ficar brincando de pega-pega com o tempo, por isso, plastificar-se tornou-se a solução, ou melhor dizendo, a única solução. Mas a consciência é danada, e muitas vezes dura e cruel. Hmm...isso está me lembrando alguém, será a verdade??
Sim, a verdade.

E foi assim que o adulto percebeu:

Para buscar a autenticidade e fazer com que ela fique consigo, era preciso ser criança novamente com direito a balas de goma, brigadeiro e todas aquelas gostosuras porém, poderia ser diet? Afinal quando somos adultos, nosso metabolismo fica mais aquietado, assim como a nossa eterna busca pelo "eu"ou pelo I'm...



"Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...Sinto crenças que não tenho.Enlevam-me ânsias que repudio.A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me pontatraições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticosque torcem para reflexões falsasuma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.Como o panteísta se sente árvore e até a flor,eu sinto-me vários seres.Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,como se o meu ser participasse de todos os homens,incompletamente de cada ,por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Walkout!!!

Quando leio alguma biografia ou tese dissertadas por mestres ilustres ( independente da área analisada), lembro da minha santa e boa ignorância. Há um tempo atrás, quando me deparava com o padrão alto e demasiado de alguns autores, ficava extremamente irritada com minhas potencialidades provincianas..afff...Nunca esquecerei da minha primeira noite com Nicolau Maquiavel. Eu tinha 14 anos e meio, já me achava quase uma "adulta" por estar prestes a fazer a idade da glória, assim dita por alguns especialistas, alíás, adolescentes especialistas...(risos).Num primeiro momento, achei chato, linguagem arcáica, época mórbida e escrita extremamente para guerrear. Porém, o pequeno livro de bolso se tornou um desafio, e não apenas para chegar a tão esperada última página, mas um desafio que encararei até o final de minha vida.Desafio? Sim, com certeza... é um desafio expor teu pensamento mediante aos fatos do cotidiano. Não entendi nem a metade das palavras de Maquiavel naquele primeiro encontro. Foram precisos mais nove encontros durante meu percursso racional para entender algumas de suas frases que se fazem presente no nosso cotidiano. Burrice minha ler nove vezes um livro?? Pode ser, não sou perfeita. Mas com certeza se eu puder, lerei setenta vezes sete. Infinitamente...
Depois de Maquiavel, vieram muitos outros: Sérgio Buarque de Holanda, Durkei, K. Marx, Engels, Che, Sun Tzu, Keynes, Florestan Fernandes, Platão entre muitos outros. Posso não ter absorvido 50% da sapiência que esses metres almejariam que seus humildes leitores absorvessem, mas compreendi suas coragens, autenticidades, seus protestos. Protestos que muitas vezes foram apagados, reescrevidos, queimados porém, nunca perderam a verdadeira autenticidade de seus criadores. E foi com eles que aprendi a protestar. Sendo assim...PROTESTO!!!


  • Protesto contra o poder envenenado da mídia;
  • Protesto contra a indústria da moda que alimenta uma geração de adolescentes anoréxicos;
  • Protesto contra a violência e a falta de privacidade, fazendo com que os cidadãos não consigam descansar adequadamente;
  • Protesto contra ao regime de cotas para negros nas Universidades públicas: Ao invés de haver uma reforma institucional no ensino público fundamental e médio, nossos governates decretam leis de baixo custo;
  • Protesto contra a traição: Independente do tipo de relacionamento;
  • Protesto contra a pedofilia e crimes virtuais: é insuportável ter que aceitar a lerdeza do sistema mediante as tranformações da era tecnológica.
  • Protesto contra a atitude da ONU ao criar o Estado de Israel para tentar limpar a barra de Hitler mediante a morte de 80 milhões de judeus na segunda guerra mundial, e tirar o território da Palestina para assim fazer uma divisão absurda e cruel que matam vidas até hoje. Não é assim que se faz democracia universal;
  • Protesto contra o Ministério da Educação que fica assinando decretos para abertura de faculdades de esquinas, ao invés de investir na criação de universidades públicas e gratuitas e aumentar o investimento nas já existentes;
  • Protesto contra o Reuni: Não adianta jogar profissionais não preparados no mercado e desestimular a pesquisa e o ensino científico;
  • Prosteto contra o preconceito, independente de sua natureza. É crime e devemos denunciar;
  • Protesto contra a epidemia do protencionismo que se espalha feito poeira entre os países mediante a uma crise tão violenta que enfrentamos. Essa não é a solução!!!;
  • Protesto contra a pequena e mórbida corja de banqueiros que manda e desmanda nos países de terceiro mundo, inclusive o Brasil;
  • Protesto contra José Sarney: tua era já foi!!! Volta pra casa e para de inventar moda. Mesmo que seja na língua portuguesa;
  • Protesto contra os impostos: não posso pagar quase dois reais por um litro de leite;
  • Protesto contra a hipocrisia social que assumimos dia a dia, mediante as atrocidades que ocorrem na nossa frente;
  • Protesto contra meu silêncio: eu simplesmente aceito os acontecimentos.Não pode ser assim;
  • Protesto contra o meu medo de protestar. Não vivemos mais na ditadura, mas é assim que me sinto. Rotulada por paradigmas e aberrações que me curvei devido a minha precária bagagem de conhecimento .

Por fim, protesto. E peço decsulpas por não conseguir escrever todas as minhas indignações devido a minha falta de maturidade. Afinal, ainda não consigo separar minha inteligência emocional da racional.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

" O mundo mudou e precisamos mudar com ele..."

Primeira sensação: arrepio...
Segunda: ansiedade... e as outras?? ahhhh....coração disparado, euforia, dúvida, medo, felicidade , esperança e etc...
Só seu Barack para me fazer sentir toda essa mistura de sentimentos!!! Num primeiro momento, não pude conter minhas lágrimas e me perguntei porque eu estava há chorar.Se nunca me emocionei com nenhum presidente de meu país( infelizmente), qual seria a justificativa mais real para haver tantas ondas de sentimentos e desejos?
Com pensamentos na velocidade de foguetes, fiz um "feedback" sobre a história dura e cruel da cultura negra norte-americana.
Negros não bebiam em lugares públicos, apenas podiam sentar nos bancos de trás dos ônibus, não circulavam nos finais de semana e principalmente: não se relacionavam com brancos. Bom, não preciso nem citar o que foi á Kukux Klan...A parte protestante contra o regime racial: os Panteras Negras, Martin Luther King e entre outros, enfrentaram a morte e deram a vida por seus ideiais, e com certeza colaboraram com o "sonho" de Martin. Sonho, que nunca deixou de existir e passou por gerações até ser "realizado" em novembro de 2008. Um novembro inesquecível, que marcará a humanidade para sempre.
Obama lutou por esse sonho, e demostrou esse sentimento ao dicurssar não apenas para os Estados Unidos da América, mas para toda humanidade. Suas palavras soavam e penetravam tão fortemente em minha alma que por um momento tive a sensação de estar "prozeando" em qualquer esquina da vida com seu Barack.
Sua cruz é grande:crise econômica, impopularidade norte-americana, aquecimento global, escassez de recursos ( seja qual for sua natureza), enfraquecimento da política mundial. Há muito mais problemas a serem enfrentados, do que a oito anos atrás enfrentados por Bush em sua posse. Porém, eu espero que nosso gentil e nobre presidente, enfrente-os com serenidade e seriedade. E, ao finalizar seu mandato ele diga: "Sim, nós conseguimos!!"
Desejo ao ilustre presidente votos de felicidade para essa nova era de responsabilidades que emerge no seu caminho. E que conte com minhas orações....

Ele é o cara!!!


..."Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.

Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta..."


"EU TENHO UM SONHO"
Discurso de Martin Luther King -28.08.1963